Saber qual faculdade fazer não é uma tarefa tão simples.

Você passa uma boa parte da vida respondendo a perguntinha O que você quer ser quando crescer? e, quando vê, já cresceu. De repente, aquela pergunta feita em tom de brincadeira pelos familiares passa a ter um tom mais sério e o prazo para responder parece ficar cada vez menor. Então, aquele futuro que era tão distante chega batendo a sua porta te perguntando: E aí, o que você quer ser hoje?

Qual faculdade fazer?

Estamos diante do questionamento que tira o sono de muitos jovens. Há quem diga que essa dúvida surja no final do Ensino Médio. Tem pessoas que aparentemente sempre souberam o que fazer, despertando a admiração (ou inveja) alheia.

Ainda, existem aqueles que vivem mudando de ideia ou mesmo aqueles que vão na onda da carreira de família, seguindo o velho ditado popular filho de peixe, peixinho é. Sem contar os alunos que prestam vestibular para qualquer curso, mirando uma formação rápida e indolor.

Não existe jeito certo para saber qual faculdade fazer, mas existem dicas para conduzir essa decisão. Acompanhe esse guia e tire as suas dúvidas!

Por onde começar?

Coach é um profissional que, entre outras atribuições, trabalha com a gestão de carreiras. Tamara Karawejcyk atua como coach e já presenciou inúmeras situações como essas listadas acima.

Para ela, essa fase de escolhas já é, por si só tumultuada o suficiente. Por isso, calma! Ao contrário do que possa parecer, escolher a faculdade não é esse bicho de sete cabeças e acertar na escolha pode transformar os próximos anos da sua vida nos melhores da sua história.

Então, anota aí o segredo: Não tem ninguém que te conhece melhor do que você mesmo, não é? Basta observar alguns aspectos importantes para alinhar as suas aptidões, gostos e vocação.

Você já não chega lá sozinho, mas já deu o primeiro passo?

Seguir a profissão certa é como encontrar o x no mapa do tesouro. Porém, antes de conquistar aquele baú forrado de ouro, existe uma longa trilha atrás do X, que é literalmente o “X da questão”, a escolha do curso e onde fazer. Não tem outro jeito de começar essa jornada do que dar o primeiro passo:

Seja protagonista da sua história

É bom você ficar sabendo, desde já, que a rotina da faculdade é completamente diferente da rotina do ensino básico. Por exemplo:

– Diversidade de culturas, perfis, idades e interesses no mesmo espaço

– Gestão mais apurada dos horários de aula e trabalhos para serem entregues

– Dinâmicas de aula diferentes

– Você precisará ser mais proativo e responsável para dar conta dos conteúdos

Para estar preparado para isso, nada melhor do que começar a ser, desde já, o protagonista da sua própria formação. O autoconhecimento é o início dessa trajetória.

Autoconhecimento

Questione-se:

– O que você gosta de fazer?

– No que você é bom?

– Os colegas te procuram para resolver problemas de alguma matéria específica?

O imediatismo, de acordo com a coach, é o inimigo das boas respostas. Parecem perguntas bobas, mas são um ótimo ponto de partida para exercitar o autoconhecimento e entender os seus gostos e aptidões.

Gostos são aquilo com o qual você tem afinidade. Aptidões tratam das suas habilidades. Sim, elas devem andar juntas! Por que? Para que, além de ser tecnicamente um bom profissional, para que você se sinta feliz exercendo tal profissão. Isso tem a ver com a vocação, ou seja, aquilo que você sente que nasceu para fazer.

Dica da coach: normalmente as instituições têm setores que aplicam testes vocacionais. As próprias escolas também podem dispor do serviço. O teste é uma boa base para colocar em ordem o que você pensa sobre tudo isso.

Pesquise!

Quantas opções de curso você conhece? O mercado está repleto de instituições com cursos novos, inovadores e até dos tradicionais, mas com formas diferentes de ensinar. Se você já fez a listinha proposta acima, as dicas são:

Pesquise as formações que existem nessas áreas

Determine uma região onde seja possível você estudar e pesquise as instituições que oferecem esses cursos

Pesquise as grades curriculares dos cursos dessas universidades

Fale com profissionais dessas áreas, também pesquise profissionais que já foram formados por essas instituições

Faça um plano de carreira

Mas, já? Para Tamara, o planejamento de carreira começa antes de mesmo do vestibular e isso facilita, inclusive, a definição da profissão. O plano de carreira pode funcionar como um atalho no seu mapa do tesouro. A coach explica:

“O barato do plano de carreira não é só conseguir se enxergar daqui a cinco anos, mas conseguir pensar as estratégias para chegar lá. É pensar o caminho e escolher qual faculdade fazer está nessa etapa”.

Pense nas despesas e investimentos

O planejamento financeiro também entra nesse momento. Existem, essencialmente, instituições públicas e privadas. A diferença mais marcante entre elas é o valor, já que uma oferece ensino gratuito, enquanto a segunda é paga (e existe variação de valor entre elas).

Contudo, existem programas próprios e governamentais de bolsas de estudos, como o Prouni, via Exame Nacional do Ensino Médio – Enem, além de financiamentos para viabilizar a formação mesmo em particulares.

Em ambos os casos, vale colocar na ponta do lápis as possíveis despesas com deslocamento e aquisição de materiais didáticos, por exemplo. Isso também vai para conta e pode fazer uma diferença significativa ao final dos semestres.

Projete, inclusive, o investimento necessário pós-formatura: você vai precisar de escritório ou equipamentos? Você não tem que despender esses recursos agora, mas é bom que esteja preparado e inclua essas necessidades no seu plano de carreira.

Dinheiro x Realização, eis a questão

Se você está na dúvida se cursa algo por realização ou dinheiro, pegue o seu mapa do tesouro nas mãos e olham bem para ele. Do que adianta ter o tesouro se ficar preso na ilha?

A coach alerta (e muito, diga-se de passagem), que um profissional que não alia as expectativas reais de remuneração à realização pessoal com o exercício da sua formação, não é completo.

“Bons profissionais, que amam o que fazem, sempre conseguem se diferenciar no mercado. Primeiro, porque buscam sempre ser melhores, porque são motivados. Segundo, porque normalmente são reconhecidos pelo esforço”.

O dinheiro é importante, claro. Por isso, para reduzir as possibilidades de se decepcionar neste âmbito, pesquise o mercado de trabalho, as vagas de emprego, o salário base e as possibilidades de atuação com essa formação.

Surpresas no trajeto

Ter um plano não significa que você não será surpreendido no meio da caminhada.

Nessa jornada de autoconhecimento, você pode acabar descobrindo que não tem exatamente o perfil que imaginou para determinada carreira. Essas descobertas podem acontecer, inclusive, durante o próprio curso.

É motivo para desespero? É claro que não! Aliás, isso pode ser muito bom.

Estudos apontam que as pessoas nascidas em torno do ano 2000, a geração Millenial, tendem a mudar de emprego cerca de quatro vezes até os seus 32 anos. Essa mudança pode ser dentro da mesma área ou não. Digamos que isso configure uma espécie de “evolução natural” no mercado de trabalho.

Em se tratando da graduação, talvez será legal agregar mais conhecimentos para ter um redirecionamento. Se o desejo de mudar os rumos acontecer durante a graduação, também existe a possibilidade da transferência de curso ou de instituição de ensino

Não esqueça: todas as dicas que demos até aqui ajudam a ter esse entendimento. Não se feche para mudanças que possam te tornar realizado pessoal e profissionalmente!

A chave do baú

A pergunta Qual faculdade fazer? foi o ponto de partida desse guia. A partir dele foram desbravados os aspectos que podem te nortear para tomar essa decisão:

Autoconhecimento

Pesquise!

Faça um plano de carreira

Pense nas despesas e investimentos

Dinheiro x Realização, eis a questão